quarta-feira, 21 de novembro de 2012

CURTAS RUSSOS


23 DE NOVEMBRO - SEXTA-FEIRA - 19 horas - Incluindo O VELHO E O MAR:
Adaptado do romance de Ernest Hemingway, é um curta de 22 minutes, lançado em 1999 por Alexandre PetrovAlém deste, teremos outras animações russas.

"Eu já havia lido o livro há bastante tempo, e fiquei apaixonado pela obra. Decidi que um dia iria fazer o filme", contou o diretor Petrov. A produção não usa computação gráfica e levou dois anos, mais um ano de montagem. A técnica é impressionante e impressionista. Cada quadro do filme é uma obra de arte pintada a base de tinta siliconada sobre vidro. As mudanças para os quadros seguintes são repintadas no próprio vidro ou numa outra camada, detalhadamente. Os fadings, por exemplo, foram realizados pela maior ou menor exposição dessas telas vitrais à luz. As camadas sobrepostas na mesa de luz geraram imagens que foram fixadas em película de 70 mm, muito maior que as de 35 mm ou 16 mm, geralmente usadas para cinema, resultando num visual dos movimentos e cenários muito mais luminosos e impactantes (nos EUA, o filme foi projetado em cinemas de telas especiais, para garantir o impacto da técnica integralmente, o que não ocorrerá no Brasil). A pena é que cada uma dessas majestosas cenas teve vida efêmera – sobreviveu somente para compôr as cenas e nada mais. A montagem e dublagem foi feita em 1998 e, no ano seguinte, no centenário do escritor americano, Petrov presenteou o mundo com sua obra.

Segundo ele, o mais difícil na produção não foi de fato a arte. "Eu não queria sair do que o autor escreveu, mas queria, ao mesmo tempo, colocar algo da minha linguagem no roteiro. Essa foi a maior tarefa: adaptar a história do livro para o filme", disse o diretor. Desse modo, há no filme, assim como no livro, o prelúdio do Velho conversando com o garoto Santiago sobre sua derrocada depois de idoso. E a história é conduzida pelas elocubrações do Velho em alto mar e seu "diálogo" com o peixe resistente, acompanhada pelos seus encantos visuais, seus sonhos, e suas recordações da juventude.

John Sturges, que dirigiu Spencer Tracy como o Velho em 1958 na primeira adaptação do clássico para o cinema, e a produção televisiva que contou com Anthony Quinn como protagonista em 1990, não conseguiram dar tamanho lirismo ao trabalho do escritor americano. Nada se compara e, ainda que a tecnologia cinematográfica avance a cada ano, parece pouco provável que alguém consiga realizar o que Petrov realizou.

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